Sobre o evento


Na última década, o desenvolvimento da economia brasileira, quer em anos de expansão, quer nos de recessão, tem colocado o setor portuário sob constante pressão. Uma boa parcela das atenções e cobranças é dedicada a sua infraestrutura, que requer tanto expansão como constante aprimoramento. Para isso, o segmento conta com uma série de critérios e normas, determinados pela Associação Mundial para a Infraestrutura do Transporte Aquaviário ou simplesmente PIANC (sigla em francês de sua denominação original). Regras como a distância segura que um navio pode ter do leito de um canal de navegação (o que define seu calado operacional) e a largura necessária para que uma via marítima tenha o tráfego de embarcações em ambos os sentidos, simultaneamente, ou mesmo as novas estratégias adotadas por complexos portuários e terminais para garantir seu desenvolvimento sustentável são elaboradas pela entidade. No Brasil, são suas orientações que originam as determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) aplicadas na construção, na manutenção, na expansão e na gestão sustentável de portos e terminais aquaviários.

Criada em 1885, a PIANC é uma associação que reúne especialistas em obras costeiras e portuárias de vários países do mundo. São esses profissionais que se organizam em grupos de trabalho e, anualmente, emitem normas técnicas no intuito de orientar a expansão do transporte marítimo e sua infraestrutura.

Nesse sentido, por exemplo, a PIANC divulgou, no primeiro bimestre do ano passado, seu relatório nº 121/2014, que trata de novas diretrizes de design para canais de acesso portuário. O texto foi elaborado considerando o aumento significativo nas dimensões das embarcações e o avanço tecnológico nas medições de profundidade dos canais e no monitoramento da navegação. Segundo especialistas que trabalham na atualização das normas da ABNT sobre esse tema, tendo como base o estudo internacional, as propostas contidas nesse relatório, quando implantadas oficialmente no Brasil, devem otimizar as operações portuárias, podendo aumentar o carregamento dos navios e, assim, ampliar a produtividade dos cargueiros e terminais.

É nesse cenário em que a PIANC realiza, a cada quatro anos, uma Conferência de Engenharia Portuária e Costeira em Países em Desenvolvimento, também denominada PIANC-COPEDEC, evento que tem o objetivo de levar a essas nações os avanços nos setores portuários e costeiro registrados nos demais países. E a próxima edição do COPEDEC – a 9ª – será no Brasil, especificamente no Rio de Janeiro, em outubro do próximo ano.

A fim de preparar o setor portuário, tanto o segmento empresarial como o acadêmico, para essa conferência, é que a Universidade Católica de Santos (UniSantos) realizará um Programa Preparatório para o 9º PIANC-COPEDEC, que acontecerá em duas etapas sendo o primeiro Seminário em maio – rodada nacional – e o segundo Seminário em outubro – rodada internacional. A Católica de Santos, instituição de ensino, que conta com cursos voltados à área, de Logística e Gestão de Terminais ao inédito Engenharia Portuária, reunirá autoridades federais e locais e pesquisadores brasileiros participantes da PIANC e da organização da conferência.

Serão oportunidades para conhecer os temas hoje debatidos no setor portuário internacional – e que estarão presentes no COPEDEC - e definir como esse encontro poderá ajudar a desenvolver o complexo portuário santista, ampliar a eficiência de suas operações e garantir seu crescimento sustentável. Será um evento para aproximar o Porto de Santos, suas empresas, seus profissionais e pesquisadores de seus pares internacionais, criando as condições para um novo salto de desenvolvimento no segmento.